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Drummond e sua "Receita de ano novo"

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Receita de ano novo - Carlos Drummond de Andrade Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações

Soneto para passarinho

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A vida é uma roda gigante Gira e gira sem parar Lá no alto olho o horizonte Abraçado com o mar. A vida é uma eterna surpresa Ninguém sabe decifrar Mas girando nessa certeza Eu não paro de amar. Ter amor no coração Gira e muda o tempo Compõe vida na canção. O mundo é um moinho Salve o canto do Cartola Nosso eterno passarinho. ®IatamyraRocha  

Antologia de poesias "ControVersos"

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É com grande alegria que registro aqui no blog minha participação no I Prémio literário Mar de Letras da editora Sapere / RJ Brasil, que reune poesias de poetas brasileiros, portugueses e moçambicanos. Espero que esta antologia seja a primeira de muitas que ainda virei a participar,bem como que ela possa abrir portas literárias para futuros lançamentos. E disse Drummond :       "Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos.         Estão paralizados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intacta.         Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.         Convive com teus poemas antes de escrevê-los." E aqui estou habitando-os e sendo habitada - Transbordada. Abraços poéticos Iatamyra Rocha Link para a aquisição do livro ControVersos   ControVersos / Publicação digital       

Movimento

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Há um resto de mar Por trás das montanhas Um aceno da brisa No reflexo dourado Ondulando sem receios Vida em movimento Desejando a paz estática Que reina soberana E a firmeza nos passos No cume daquela montanha Há um certo gosto salgado Na minha língua Que soltam palavras  Oscilantes como o mar Desejando a altivez E a doce pureza De quem só sabe amar. ®IatamyraRocha  Fluindo / Palavras ao vento Oração de quem ama / Prisma

Imensidão

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O tempo não canta mais Não sopra o vento nos cabelos O passado não se refaz Secam como rosas sem zelo. Tuas mãos agora desconhecidas Caem em afagos sob meu vestido Um último minuto de calor Simulacro no âmago da dor. O tempo não canta mais Agora para no teu olhar Olhos vastos enluarados Como a imensidão do mar. O amor é fenda no tempo Oração de um corpo para outro corpo Onde a alma voa com o vento E só nos teus braços encontra porto. ®IatamyraRocha

Em ondas

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Assim como o mar Ondulo Entre o sal da terra E o céu no horizonte Precipitando-me Suave ou furiosa Na areia ou paredes rochosas Encontro nessa liberdade O ar que me move A força,a fé e o amor O salvo conduto Que ameniza minha dor Esqueço o que me falta Agradeço só por sentir Essa intensidade oscilante Que me faz sempre ressurgir. ®IatamyraRocha Versejando / Palavras ao vento  

Habeas Corpus

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Meus olhos assustados Na fresta da janela O sol em conta gotas Entra na sala em sentinela. Cortinas sem vento Fecham minhas pálpebras Estáticas e cinzas Amálgamas. O sangue ainda no peito Jaz sem suspiro Coração oco Pulsa intranquilo. Quando foi que o matei? Talvez no último beijo Sem o veneno da paixão Ou no tranquilo abraço Sem uma gota de tesão. O certo é que o amor morreu! Acho que o assassinei Por excesso de amor, talvez? ®IatamyraRocha Gravitacional / Prisma

Só para poetar - Te amo

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Te espero descalça Coberta de lua Entregue a paixão Sedenta de ti Completamente tua. A camisa ainda te espera Com botões novos cobertos de alfazema Pedaços de nuvens na primavera E o cheiro da minha pele morena. O ontem floresceu nas cortinas Janelas abertas para o norte No horizonte não há mais neblinas Só meu amor no peito cantando forte. Versos acompanham meus pés Descalços correm pro mar Reflexo azul no meu sorriso Estou inteira dentro do teu olhar. ®IatamyraRocha  

A imortal Diva Cunha !

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          Com uma poética excepcional e uma relação forte com as palavras a professora aposentada de literatura Portuguesa no curso de Letras da UFRN [Universidade Federal do Rio Grande do Norte] e atual professora de História da literatura do Rio Grande do Norte e cultura Brasileira da UNP [Universidade Potiguar] é a mais nova imortal da Academia Norte Rio Grandense de Letras.        Diva Cunha é uma das mais brilhantes representantes da nova poesia Brasileira, sua poesia envolve o leitor com uma pureza de versos que exprimem os sentimentos mais comuns de uma forma firme sem perder a docilidade da sua essência, cito abaixo alguns poemas e links para nossa apreciação e deleite. "Certas mulheres catam coisas pequeninas  conchas, feijões, letras outras distraem-se nos espelhos contam rugas  algumas contam nuvens criam cachorros e gatos como crianças certas mulheres guardam mágoas ressentimentos, botões, elásticos algumas são como certos homens não contam nada ocupadas com co

Oração

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Carrego-te em meus pensamentos Embalo em cantigas de ninar Entrelaço meu coração aos teus passos Perco-me para depois te encontrar. Nas folhas que caem dos galhos Chuva que goteja no telhado Vento que lambe o orvalho Sinto-te sempre ao meu lado. Meus olhos continuam cativos Minha boca recita beijos Meu corpo entregue e lascivo Esquece amargura e o desejo. As cortinas só abrem ilusões Canções cintilam meus olhos Amor e dor da partida Minha vida é o teu ostensório. Esses versos sopram teu nome Confessam meu amor por ti Améns que vem com o tempo Braços que não deixam cair. ®IatamyraRocha Desalinho / Prisma

Corredeiras

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Imaginava o céu entre as corredeiras De olhos fechados escorregava em meus sonhos Águas me lavavam, levavam sentimentos E eu olhando estrelas de um céu imaginado Desenhado em rios de pensamentos. Tudo se acomodava em pedras na margem Cinzas esculturas de lodo imóvel Certezas estáticas combatiam o tempo Como se o amor não fosse um rio caudaloso E se desprendesse das pedras ao vento. Imaginava ter o amor ancorado E fluía nos versos que me entoavam Liquida e entregue descia para o mar Via ao longe meu sorriso antigo e certo Deserto no desejo de te amar. ®IatamyraRocha Natureza / Prisma

Será arte ??

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Arte !!! Grita a chuva Caindo em gotas no muro Molhando palavras e desenhos Enquanto carros passam sem olhar. Há poesia em todos os cantos Traduzindo um mundo em cores No semblante da senhora No ronco dos motores. Nas folhas pelo chão Em papel picado e gelo Vida cantando e morte Nesse jardim sem zelo. Nos passos apressados Há versos escondidos Que salvam o cotidiano E sustentam os abismos. Arte, arte, ARTE e arte Gritam os quatro elementos Acenos de fumaça Grafismos no cimento. Perfeito esse mundo De expressões tão latentes Culturas tão diversas E corações tão presentes. Traduzir o silêncio Seus gritos e clamores Será arte ou tormento? Sentir amor e dores. O eterno em uma fração de segundos Diz o poeta Drummond A vida é uma questão de olhares Purificados em pequenos detalhes E não só flor e bombom. ®IatamyraRocha Meus serenos / Prisma

Flores roxas

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A voz das ruínas ecoa Em águas plácidas a mercê do vento Deixo o tempo me sussurrar flores Aquecendo minha alma inquieta. Bebo o ar e a luz Que vem em pequenos nuances Iluminando sombras que encolhem meus passos Fecho os olhos e abraço o meu caminho ao mar. Tenho medo do que me é revelado Medo da morte que envenena meu sorriso Medo de amar mais do que eu sinto Choro todo o meu poema exalado. O nó na garganta fecha o meu coração Luto..Luto...Por mim mesma cheia de dor Queria tanto a segurança das nuvens A certeza de sonhos cor de rosa. Mas, o sol esconde de mim o seu calor Minha inspiração é só eu mesma Translúcida e elucidando minha fé Conta a conta com a minha esperança. Piso nas flores roxas Ouço o estalar dos galhos A penitência invade meus versos Um só sentimento me prende, amor. Espero um dia claro Um domingo ressuscitado Meu mundo nascendo das cinzas Um tempo transformado. ®IatamyraRocha Versos puros / Maktub  

Sacramento

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Essa imagem em movimento aqui : Nuances poéticos Sou porto Que ancora teu prazer Terço que rezas Sem saber. Vento Que lê tuas palavras Impressas no tempo.   Gozo Que resplandece tua tez Tua carne em repouso Insensatez. Rua Que abre teus caminhos Na minha pele nua. Chuva Que molha tuas intenções Vulva Clamando redenções. Enigma Devorado com amor Estigma, louvor. Água Que mata tua sede Tua ama Na cama e na rede. Presente Passado e futuro Sexo seguro. Sou tua metade Tua esfera Ardendo de saudades Na tua terra. ®IatamyraRocha O canto da chuva  

Metamorfoses

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Coloco-me como o vento Que sopra em rebentos Como mangue Que enlameia para criar Coloco-me em finito Como a imensidão do mar. Coloco-me Feito lama que escorre Vento que corre Mar que engole Corpo que se move. Sou pedra a despedaçar Fragmentar Des-com-pac-tar. Sou desejos Remelexos Sangue, sexo, medos Sou Hu-ma-na. ®IatamyraRocha Texto escrito e publicado por mim Iatamyra Rocha no ebook Nuances Poéticos, visualização e download aqui mesmo no blog efêmero.

Sussurros

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Cinco da manhã O sol está rouco Neblina meu acordar Desato linhos no meu olhar. Luz sussurrando aos poucos Em frestas no meu corpo Vestindo-me de sol Reentrâncias na minha pele nua. Queria mais um tempo Da madrugada e do silêncio Do seu manto sedento Que me bebe com dor. Amanhecer mais um pouco Deitada sob as estrelas Macia e dormente Nos meus lençóis e correntes. ®IatamyraRocha

Tempos

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Não se percebe o tempo passar Corre por entre os sonhos embriagadamente Como se desfazendo em laços presentes Passando como um código de conduta de Bertrand Alheio a certezas imploradas...Exploradas Aliando e afastando,com um tic e tac de um velho relógio Que pendurado no tempo sofre oscilações físicas Sem perder sua contagem do lógico Não se percebe quando ele chega e te abraça Trazendo nesse abraço de moinho Todas as suas certezas em marcas em volta do seu olhar Como se dentro dos teus olhares Ele estava ali o tempo todo a te esperar. ®IatamyraRocha Texto escrito e publicado por mim Iatamyra Rocha no ebook Nuances Poéticos, visualização e download aqui no blog Efêmero.

Silêncios

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Amo o silêncio E seu sussurro tremule A melodia do vento O cansaço extenue. O som da poesia No seu passo secreto Que me arranha a elegia E impõe seu decreto. O silêncio me despe Rasgando as entranhas Corrói-me e aquece E no seu mar me banha. Mistura seu hálito Na minha boca sedenta Tange-me a neblina E no ar me sustenta. Leva-me pra longe Em brumas indecentes Traduzindo meu peito Em amores reluzentes. Arde-me por dentro E reflete por fora O silêncio me usa E seu eco me devora. ®IatamyraRocha Pequena prosa [ Reminiscências]/Prisma Transparências/Palavras ao vento