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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Ofício

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Tenho olhos vazados Do tempo que já vivi Ocos vitrificados Deserto do que nasci O risco ao lado fóssil Enumera toda poesia Vivida de todo ócio Que um dia ali havia Não há mais o lírico Os suspiros até a ultima estrofe Meu verbo agora empírico Segura forte a morte Minhas mãos odes quebradas Meu sorriso enferruja quando há flor Minhas pernas pesadas Seguram meu amor Meu corpo inteiro É luta travada Línguas de outros celeiros Vozes habitadas Certeiros versos atingem o luar Múltiplas formas de lua Causaram esse cantar Na voz tão rouca e nua Este poema traz o alivio Da palavra consistente na garganta Corpórea poesia crivo Na tradução santa Martírio não é exato Santidade é estar no livre ato De destino inexato Viver é simples de fato Cai ao lado alguns ossos E o caderno do santo oficio Deus não mandou esforços Para se viver em sacrifícios. - Iatamyra Rocha "Deus, me dá cinco anos,

Poesia noturna

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Era madrugada Quando abri o livro Todas as janelas davam para o nada Silêncio e abismo Só uns breves ruídos de porta Pisos em falso na madeira Riscos de botas Nas beiras E eu No intervalo do corredor Tendo nas mãos um prego E apenas um tambor Entre as cortinas O apelo dos corpos Som das esquinas E copos vazios A vontade que tinha Era de me atirar Do fio na linha de fogo Na divisória entre o elo e o logro Num cio Eu Matéria inflame Toquei teu verso Refiz meu nome Te vi ali Nos campos de trigo Matando a fome Sendo homem De uma mulher. - Iatamyra Rocha "Se há alguma coisa sagrada,é o corpo humano.' - Walt Whitman

Poesia & voz

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Na memória À máquina Rosa negra São poemas autorais, visitem meu canal no YouTube! - Iatamyra Rocha