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Mostrando postagens de março, 2011

Silêncios

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Amo o silêncio E seu sussurro tremule A melodia do vento O cansaço extenue. O som da poesia No seu passo secreto Que me arranha a elegia E impõe seu decreto. O silêncio me despe Rasgando as entranhas Corrói-me e aquece E no seu mar me banha. Mistura seu hálito Na minha boca sedenta Tange-me a neblina E no ar me sustenta. Leva-me pra longe Em brumas indecentes Traduzindo meu peito Em amores reluzentes. Arde-me por dentro E reflete por fora O silêncio me usa E seu eco me devora. ®IatamyraRocha Pequena prosa [ Reminiscências]/Prisma Transparências/Palavras ao vento

Dias e dias

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  Tem dias que me calo    Tem dias de calor Tem dias de renúncias    Naquilo que eu sou. Tem dias que escalo    E outros só cobertor Tem dias de minúcias    No tear do meu amor. Tem dias que só falo    Encobrindo minha dor Tem dias de desculpas    Sem saber onde estou. Tem dias que exalo    Do meu halo uma flor Tem dias de pronúncias    Que profanam o meu andor. Tem dias que batalho    Uma guerra sem clamor Tem dias que sou núncias    Aliviando meu fervor. Tem dias que trabalho    Minha poesia com primor Tem dias que só núpcias    Versam com louvor. Tem dias de intervalo    Entre o lobo e o pastor Tem dias que abalo    Meus cristais e meu pudor. ®IatamyraRocha  Amor de filme / Prisma Prenúncio Poético / Palavras ao vento.

Oxi[gênios] / Afago na poesia

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"A poesia é só um meio que o universo usa para versar um BOM DIA." ®IatamyraRocha Poetas de ontem : Mario Quintana Os poemas Os poemas são pássaros que chegam não se sabem de onde e pousam no livro que lês. quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentan-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já está em ti. Poema tirado daqui Cecilia meireles Motivos Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. não sou alegre e nem sou triste : Sou poeta. Irmão das coisas fulgidias, não sinto gozo e nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico Se permaneço ou me desfaço, -Não sei, não sei.Não sei se fico ou passo. Sei que canto.E a canção é tudo Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: -Mais nada. Poema tirado daqui Oxi[gênios] Todos os passos le

Versos ao mundo { Reciclando poemas }

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  Fotografia de Sebastião Salgado Candura a esse mundo triste De labores tão pouco férteis Que rasgam o céu em preces Ao ouro e a ambição. O momento é vão O cronômetro gira o moinho E eu que faço em meu ninho, Se meu tempo se esgotou? Mórbido caos no mundo Tremores,ranhuras,poço fundo Dói o peito, fecha a janela Na tela lágrimas e sofrimento. Como ganhar passos na areia, Se Deus não ouve nossas ondas? Se os sinais fecham o cais, E o porto se desmancha a um sopro? O natural choca Com sua crueza Nus todos nós estamos Alheios a certezas. O vento leva nossa esperança E as crianças brincam lá fora Sob o olhar dos pássaros Que voam sem destino. A natureza que inspira poetas Sangra e contrai seu ventre Com as punhaladas de poluição De nosso prazer inconsequente. A terra canta melancólica A Ave Maria de Schubert O mantra Gayatri Com a harpa dos anjos. Somos como o vento Costurando pensamentos Que na rotação da terra Às vezes se perde entre pedras. Poderia fazer uma prece Mas me limit

Aquarelas

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Se não fosse essa certeza Que o caos me trouxe em naus Eu não abriria as janelas E as cores não saltariam Em pinceis e aquarelas Eu dormiria em mares No balançar das ondas Viveria em bares Em eternas cirandas Se não fosse essa certeza Que me corrói o tempo Minha vida assim seria Impressa de lamentos Mas a certeza vem Como uma lança inflame Penetra em meu peito Mata-me, consome Renasce em meus olhos O brilho perdido O sabor da vida O amor esquecido E traz a certeza Que tudo se vai Até as tempestades Deixam no silêncio O eco da paz. ®IatamyraRocha   Segredos e canções / Prisma   Versos frios / Palavras ao vento                        

reFLORestar - Poética vaginal

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A poética de saia rosa choque Ou eletrica de cores Sobe o salto, desce o espartilho Nina a rede e na rede rima Vive o tempo que escorre Por entrelinhas e acordes Em atemporal vigília Suspende os mitos Ensina ao vestir fortaleza Imersa em incertezas fluidas Mulher doma conflitos E sangra seus medos Em constante calendário Tece sua cama e seu intelecto Com fios sutilosos e maculados Dentro de escritos lendários É vertente do pecado Ou ao que o pecado converte Soa música incógnita Que encarcera e liberta No reflexo que diverge Seu verso é semente Na vagina em festa Parido de seu sagrado ventre Que o mundo reFLOResta. ®IatamyraRocha Pequeno conto de encontro/Prisma Delta Picante e Guardados/Pó de poesias