Poemas: Fênix e Versos metafisicos
Grafite na escadaria do hotel Rifóles em Natal RN Brasil
Fênix
Devia te falar
Singelamente
do delicado branco
Da pausa
Dessa flor
Aberta de pedras
Da asa
Deveria passar
O passado
À limpo
a casa
Mas
A vírgula transborda
O presente escancara
A porta
A pauta
Esses versos
Desmascara o meu amor
Confesso
Devia passar a régua
Nesse refrão
A conta paga
Á água
O pão
Havia palavra
Agora além dessa poesia
Há o cinza das vias
Restos de fênix
Geografias
Há mais beleza
no bolor
Das mesas
Filosofias
Devia não te amar
Mas antes da vírgula passar
O mar depositou
Areias.
- Iatamyra Rocha
Expressão artística em movimento na escadaria do hotel Rifóles em Natal RN Brasil
Versos metafísicos
Somos instinto
Dançamos como o mar
Flutuamos com a lua
Comemos em tocas com os ratos
Somos parte de uma mesma natureza mutável
Fazemos amor como tartarugas
Exaltamos o sol na pele e louvamos conscientes
Dentro desse deus que aquece, multiplica e fertiliza
todos nós
Somos vida, parte de vidas, traduzimos a morte em
parte, e na sorte de percebê-la vivos
Parte dessa tradução se canta em voz, fogo, palavras e
exatidão
Parte dessa loucura não se traduz apenas na paixão, é
também procura, mais ou menos com o coração, racionalizamos a irracionalidade
do nada saber, e do tudo sentir até morrer de amor, que também rima com dor, com
flor que despetala, seca e é absorvida
pela vida da semente aspergida, de sol a sol, de lua a lua, de maré a maré, sempre
despida nua provável afável ao seu próprio algoz, o tempo.
Deixo aqui nesses versos alguma metafísica, coisas de
poeta,
Coisas de mulher, coisas de fêmea, coisas coisadas e
causadas
Enquanto escrevo.
- Iatamyra Rocha
Eu
olho
vejo
sinto
alimento
e
me
encanto
na
poesia
do
meu
canto.
- Iatamyra Rocha
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